As Cartas, desafio.

[Nota: A maior parte das cartas foram escritas num passado, lá um tanto longe, seja isso, uns anos de idade. Muitas delas já caducaram, naturalmente, mas cá estão. As originais, as primeiras.]

13 # Carta para alguém que gostavas que te perdoasse.
Quando comecei a escrever estar carta, ia a referir o facto de não ter ninguém que gostasse que me perdoasse. Que mentira. Lembrei-me de ti, P. Como poderia esquecer?
Está quase a fazer um ano que não falamos. Quer dizer, falámos à cerca de três meses, mas foi para me dizeres que agora era tarde demais e que devia ter pensado no que fiz mais cedo. E sim, tens toda a razão. As minhas acções não tiveram base sólida que as justificassem e tu fizeste o que devias fazer: tirar-me da tua vida.
Sei que te custou e sabes que me custou. Sabes que o que mais queria era ter-te aqui, presente na minha vida. Mas as minhas asneiras não o permitiram.
Arrependo-me disso, mas não voltaria atrás no tempo para remediar. Sabes que para mim, o que está feito, feito está. Mas, mesmo assim, peço-te do fundo do meu ser, as minhas mais sinceras e honestas desculpas P.
Espero que sejas feliz para o resto da tua vida e que tenhas tudo de bom.


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12 # Carta para a pessoa que mais odeias, ou que te causou maior sofrimento.
Não odeio ninguém, simplesmente há quem eu goste menos.

Quem me causou maior sofrimento? Boa pergunta. Sou esquecido por natureza e perdoou com facilidade. Portanto é complicado saber para quem escrever tal carta.

O meu primeiro amor talvez me tenha causado o maior sofrimento. Sim, acho que sim. Lembro-me que era muito mais jovem, mas da tua idade. Tinha quê (?), 11/12/13 anos? Por aí, sim. Conheci-te na net e pronto, já se está mesmo a ver. Comecei a interessar-me por ti e tu por mim, e essas coisas banais. Descobrimos coisas um do outro que nem nós próprios sabíamos que possuíamos. Segredos que deixaram de ser segredos. E esse segredo, mudou a minha vida. Foram meses de pequenos amores virtuais, mensagens trocadas e paixonetas. Tudo entre nós. Até que um dia decidi apresentar-te "à malta", o que, futuramente, só deu asneira. As atenções começaram a desviar-se para os outros, e menos para mim. E a atenção dos outros, também, se focou em ti. As tantas, já não era eu quem importava, mas outro outrem. E como é que acabou a história? Comigo, trocado por alguém do mesmo sangue. Ignoraste-me até aos dias de hoje. 

Da nossa "relação", eu tiro tanta coisa boa! Aprendi imenso e, naquele curto espaço de tempo, eu cresci demasiado. Perdoei-te, obviamente. Mas só pedia para saíres da minha vida, do meu subconsciente. Raramente lembro-me de ti, mas ainda sonho contigo.
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11 # Carta para uma pessoa falecida com a qual gostavas de falar.


Avô, és o seleccionado para esta carta.


Não pensei duas vezes ou três ou quatro vezes para saber para quem é que iria escrever esta carta. Pelo simples motivo de que nunca cheguei a conhecer-te. Aliás, não cheguei a conhecer nenhum dos meus avôs mas, sem menosprezando alguém, esta carta é para o avô paterno. Sempre tive mais ligações contigo, não sei bem porquê. Sempre achei fascinante o facto de seres geólogo e, depois de ver as tuas colecções GIGANTES de conchas maiores que a minha cabeça e de pedras que só se vêm nos livros, ainda mais de amores por ti, caí. Depois de saber que os bombeiros de colares foram fundados pelos teus antepassados e a estrada que liga colares-praias foram eles quem mandaram construir, wow! Só de saber que as "casas" mais "famosas" da zona te pertenceram, mais a vovó and so on, mega wow! E só de saber que toda a gente da minha região conhece Os Borges, oh my god. Já para não falar que a nossa família têm um coche no museu dos coches!
Sinto um privilégio enorme por ser da família Teves Costa Borges, e de ser um descendente de alguém (alguéns) tão poderoso(s).


Sempre te quis conhecer, e tu sabes disso avô.
Do teu neto Alexandre (foste tu quem me escolheu o nome, e obrigado por isso), um beijo, um abraço, um amor e uma grande admiração para ti <3)

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10 # Carta para alguém com quem não falas tanto quanto gostarias.


Sinceramente não relembro alguém que deva ser o destinatário desta carta. Sei que muitas vezes digo e/ou penso "é pena não falar mais com (...)" mas neste momento, não recordo ninguém. Talvez porque nesta fase da minha vida eu não tenho ninguém que se aplique ao caso, ou talvez mesmo porque sinto-me completo da maneira como estou.


Da próxima vez que eu referir tal pensamento, eu dirvos-ei e, provavelmente, aproveitarei para lhe escrever esta carta.

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9 # Carta para alguém que gostasses de conhecer.


This letter is to the Unknown.


Sim, para o desconhecido. Não alguém que eu desconheça, mas para o desconhecido. Aquilo que ninguém tem capacidade para compreender ou maneira de descobrir. É para esse meu grande amigo, que eu escrevo. E escrevo por ser curioso e querer conhecer-te, desconhecido.


Espero obter resposta a uma carta tão simples. Também não podia andar para aqui a divagar, visto que não sei quem és, o que és, de onde és, onde moras, etc. 

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8 # Carta para o teu amigo virtual preferido.


Esta tem um destinatário bastante peculiar. Devo dizer que nunca vi ninguém assim, o que torna o destinatário ainda mais único.


Tudo começou há mais de um ano quando, já não me recordo como, começámos a falar. Certamente foi por comentários de hi5 ou algo semelhante, não me recordo mesmo! Houveram conversas banais e falas quotidianamente normais, no início. Coração mole como sou, comecei logo a pegar-me a ti. Era tão fácil de conversar, de sorrir, de chorar de rir. Falávamos de tudo, sempre sem haver taboos alguns. Era um máximo falar contigo. Ok, eu não estava apaixonado por ti ou viciado, nada disso. Simplesmente gostava de passar umas horitas a falar contigo. Roubei-te o email após algum tempo e, after that, o teu número. Sim, eras (e és) estravaganza, mas não chegamos ao ponto das chamadas intermináveis. Baseamo-nos nas conversas até às cinco da manhã no msn e com webs ligadas. Eram palhaçadas e macacadas, e a tua pausa dos óculos. Sempre me fascinei com tal vício, mas adiantee. E durante um ano, cheio de surpresas, tornamo-nos melhores amigos. Não os melhores dos melhores, só os melhores. Mas, apesar disso, a nossa amizade tinha algo de especial. Chegavamos a não trocar um único olá, durante meses. Mas quando o fizessemos nunca havia stresses. Nunca nos chateamos e sempre nos apoiamos mutuamente. E isso é o que mais valorizo na nossa amizade. Não esquecer que nunca passas-te de um amigo virtual com o qual nunca tive contacto físico. Espantoso!  E, finalmente, depois de um ano de amizade, falei contigo em chamada. Melhor que isso? Não encontro!


Pouca e muita coisa só para te dizer, Miguel Oliveira, que és um puto todo ranhoso com um cabelo com o qual eu deliro. Amo-te jovem <3

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7 # Carta para o teu ex- namorado(a)/amor.


Já te escrevi algumas cartas, ambas de amor. Uma delas até usei para criar uma shot real, a única. Mas esta carta que tenho que te escrever, nada vai ser como as outras. Talvez se assemelhe à última que te mandei, mas mesmo assim, diferente.


Ora bem, olá.


Não vale a pena perguntar se estás bem, porque já sei a tua resposta. Sei que estás feliz, e isso chega-me. Relativamente ao que sentes por mim, ainda não falamos sobre isso, mas espero que nem uma gota de amor sintas. Mas apesar de esperar tal coisa, já sei que dizes “eu amo-te”. Apesar de ser um amor diferente, eu não gosto dessa palavra proferida pelos teus lábios. Ela faz-me lembrar coisas que o meu consciente evita relembrar, e eu não quero isso. Limito-me a desviar e a contornar esses pensamentos, e tenho-o feito com uma agilidade que nem te penetra a mente. Um contra, é que dói. Mas não vamos falar disso porque não quero que saibas que ainda me dói o coração. Bolas, agora já sabes não é? Sim, é verdade, ainda me dói o coração. Sempre que penso em ti, sinto-me mole e enfraquecido. Parece que me vou desfazer e ficar derretido no chão. Sinto o coração leve e a querer fugir-me do peito em direcção a ti. Sempre que te vejo online, apetece-me falar horas e horas contigo, etc. Aquelas coisas que nós, jovens, temos tendências a fazer quando estamos de ressaca do amor. Tu sabes do que falo.
Não tenho como outro objectivo nesta carta, senão afirmar-te que estou, com sucesso, a demolir a tua casa no meu coração. E com isso, eu odeio-te. Sinto raiva por ti. Talvez seja tudo saudades e inveja ou algo semelhante, eu não sei! Só sei que espumo raiva por ti e nada mais. Não quero falar contigo, não quero ver fotos tuas, não quero saber de ti. Por daqui a uns 100mil anos, eu volto a falar contigo. Ok? Pode ser?


Eu ainda gosto de ti, e isso faz-me mal. Por isso é que eu quero estar longe de ti, para acabar com tal sentimento. E por muito que me custe, eu tenho que ser bruto e actuar sem escrúpulos para contigo. Sei que sofres com isso e que compreendes a minha situação. E sabes o que importa mais? É que no meio disto tudo, somos os dois felizes.

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6 # Carta para um estranho.


"Um vagabundo também não é um vagabundo. É alguém de quem não sabemos nada, mas onde projectamos tudo. Chamamos-lhe pobre, excluído, vadio, drogado, doente, sem-abrigo...Dizemos tudo o que nos vem à cabeça, mas nada sabemos dele. Melhor será que o deixemos assim. Desconhecido. Vagabundo. Autêntico."
Com isto, eu começo a minha carta. Pouco falta para dizer, além de que eu também dou um papel importante às estranhos envolventes na minha vida. Não sei explicar, mas concorco que sem vocês a minha (nossa) vida não seria a mesma. Ainda me lembro quando comprei hamburguers e dois sundaes para um vagabundo. E, para acabar a carta, eu confesso que gostava de passar como vagabundo um tempo infefinido. Gostava de ver o mundo nos olhos deles. 
   
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5 # Carta para os teus sonhos.  
 

Olá, queridos sonhos. Estão bons desde ontem à noite? 
Bom, eu tenho tantas dúvidas para vos por que nem sei por onde começar. Tenho algumas questões de máxima importância e outras de relevo mediano. Também tenho umas gomas para vocês e uns castigozitos. Mas isso deixo para mais daqui a uns instantes. Também gostava de me encontrar com vocês, se é que vocês existem fisicamente. Senão, sempre podemos marcar um encontro numa sala sonhada, na praia, no café, na lua ou até mesmo debaixo do mar. Como preferem? Lembrem-se de me avisar, sim? Eu vou ver se também não me esqueço de tudo o que tenho para vos perguntar. Ah, não se envergonhem de levar os vossos maridos/esposas, filho/filhas ou seja quem for. Eu terei todo o gosto em conhece-los. Até levava alguém comigo, mas vocês já conhecem toda a gente da minha vida… Bom, adiante. Vou directo ao assunto, presumo que seja o mais indicado. Não se aborreçam com as perguntas, por amor às noites molhadas!
Começando com uma que eu penso ser fundamental, existe um ser místico que deita uns pozinhos em nós para podermos sonhar? Quer dizer, talvez exista mas não funcione com esse método, mas era isso mesmo que eu queria saber. Se existe, já agora o seu nome, e o que faz. Outra questão importante acho que é o facto de os sonhos fazerem, ou não, parte do nosso subconsciente. Eles estão lá guardados? Eles nascem e morrem lá? O nosso subconsciente é algum portal para que os nossos sonhos entrem em contacto com a nossa vivacidade? Eish, tantas perguntas. Essas eram, acho, as mais importantes.Agora vêm muitas mais, como por exemplo: porque sonhamos?, qual é o objectivo de cada sonho?, podemos controlar os sonhos?, de que são feito os sonhos?, podemos tornar um sonho ou algo que faça parte de um sonho, em algo real?, posso sonhar com o que eu quiser?, podemos prever o futuro em sonhos?, serão os sonhos considerados um poder do ser humano?, os sonhos são mais realidade ou mais imaginação?, podemos re-sonhar algo?, porque, por norma, esquecemo-nos do que sonhamos?, porque há quem só sonhe a preto e branco?, porque sonhamos em “voz alta”?, porque não podemos simplesmente sonhar quando nos apetece?, porque é que eu sofro de insónias e sofro com vocês?, porque é que me metes a sonhar com mil e uma coisas todas as noites?, todas têm sentido?, porque é que, já agora, me metes a sonhar com o meu best noites e noites seguidas? (Sim, ultimamente só tenho sonhado com ele.), porque é que eu só consigo controlar os sonhos quando me mato?, porque é que eu mato-me sempre nos sonhos, repetidamente?, porque é que nós, seres humanos, sonhamos? Bom, acho que o resto pergunto quando estiver com vocês.  
Para finalizar esta pseudo carta, meus pequeninos, eu amo-vos. Sei muito bem o que vocês têm feito por mim, o que vocês me dão, o que vocês me proporcionam. Vocês fazem parte de mim e eu de vocês. Somos como o amor e o ódio, unha com carne, carrinhos para bêbados e seringas para drogados. Somos os dois "um's" da equação do amor. E desculpa a ridícula carta que eu vos escrevi, mas não estou propriamente bom humorado. Mas pode ser que a vossa companhia de hoje à noite me ajude a melhorar o meu estado de espírito.
PS: Não se lembrem de me por a molhar a cama com gente em casa, acho que há pessoas que reparam nisso, ok ?

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4 # Carta para o teu irmão (ou parente mais próximo).  
Não tenho grande coisa a dizer, gémea. A nossa relação é totalmente amor-ódio. Já te viram encostada à parede com a minha mão a sufocar-te, mas também já te viram deitar-me ao chão com um só pontapé. Já nos separaram na escola, mas já nos disseram que éramos um amor. Existem provas de que já fomos "bons" um para o outro e também há memorias que nem quero relembrar.  Vá vá, não quero ser querido para ti e escrever uma carta a dizer mil e uma coisas e, especialmente, não estou para afirmar que te amo e que és das pessoas pelas quais me preocupo mais. Fico sempre com o coração nas mãos quando não estou contigo, mesmo sabendo que estás em casa. E muita gente sabe disso, incluindo tu (i think). Mas tu nunca és querida para mim, tu não me dás muita importância (quando deves). Tu nem me deixar tocar-te ! Enfim, eu não disse nada disto.
Gémea, <3 

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3 # Carta para os teus pais.   
Pai, mãe? Estão aí? Eu sei que vocês conseguem ouvir os meus pensamentos berrantes e até mesmo ler estas letras aqui proferidas. 
Antes de mais nada, mãe.
Obrigado por teres tido a brilhante ideia de fazer sexo sem protecção com o meu pai.
Obrigado por teres tido a brilhante ideia de não teres abortado quando soubeste que ias ser mãe. Obrigado por teres tido os tomates para não teres desmaiado quando soubeste que eras a incubadora vida de, não um, mas sim dois filhos.
Obrigado por teres continuado a gravidez a seguir à notícia de seres a futura mãe de gémeos. Obrigado por teres aguentado o meu peso, e o da mana claro, durante praticamente nove meses. Obrigado por nos teres alimentado tão bem durante esse tempo e obrigado também por teres dado puns enquanto estavas grávida. Comer num jacuzzi é óptimo, espero que também tenhas tido essas experiências com a vóvó.
Obrigado por teres aguentado todas as dores que eu alguma vez te provoquei.
Obrigado por teres cuidado de mim como se eu fosse de porcelana (nunca menosprezando a minha irmã).
Obrigado por teres ensinado e educado o meu coração e o meu eu consciente a serem como são.
Obrigado por me teres ensinado o mal e o bem que o mundo tem para me dar.
Obrigado por teres dado as tuas costas às balas que alguma vez dispararam para mim.
Obrigado por sempre confiares em mim e de nunca duvidares de mim.
Obrigado por correres de braços apertos sempre que eu caía, me cortava, ou me aleijava. O que era muito frequente, visto que herdei, de ti, o meu “azar”, o facto de ser despistado/desordenado de pés/distraído/e tudo o mais.
Obrigado por compreenderes as minhas noites deitadas no chão a olhar para o tecto. Sim, porque morrer de tédio é algo que tu compreendes.
Obrigado por confiares em mim como se eu fosse o teu próprio marido.
Obrigado por teres criado laços tão fortes comigo, tão únicos, tão saborosamente tenros. Para a minha mãe, eu sou incapaz de escrever algo “decente”. De tudo o que tenho no mundo, tu és o mais importante que eu tenho. Nunca nada nem ninguém me marcou como tu o fizeste. És a pessoa da quem vou sentir mais falta neste mundo, e sabes bem que só de pensar nisso eu choro, como o faço agora. Nem o pai, nem os avós, nem as manas vão deixar tanta marca como tu. Eu, sinceramente, preferia morrer antes de ti para não ter que viver sem ti, mãe. Porque no momento em que tu partires, metade de mim parte contigo. Até tremo a escrever esta carta. Choro, fungo, tremo. E eu amo-te como sempre te amei. Independentemente de discutirmos ou de nos amarmos. De teres razão ou não. De fazeres-me passar figuras ou de fazeres de mim o ídolo de alguém. Melhor que tu, não há! AMO-TE MÃE.
Ora ora, meu pai.A ti, tenho pouco a dizer. Sim, eu amo-te. Como não poderia amar? Apesar de nunca termos tido uma relação forte, a olho nu, ela esteve lá. Se esteve. Não és uma pessoa com quem me sinta à vontade para me sentar e conversar sobre os meus problemas, mas sei que se soubesses metade dos que tinha, eras o primeiro a largar tudo e correr para mim. Sempre o fizeste. A mim e à mana, claro. “Lembro-me” de quando estávamos no berço, a chorar, e a primeira pessoa que aparecia para nos dar de mamar/biberão, eras tu. Pegavas nos dois, davas o biberão, acalmavas-nos e deixavas a mãe descansar. Sempre foste um pai mega preocupado e ao mesmo tempo descontraído. Quando fiquei com um mega galo na testa por ter caído, tu só disseste “se partiste a perna da mesa, apanhas!”. E o resto da tarde a minha cabeça foi crescendo. Não chorei, não gritei de dor, eu brinquei. Foi de ti que herdei a minha mente ninfomaníaca. É contigo com quem se pode falar de tudo a qualquer hora. Foste tu quem me ensinou a cair! Eu saio pouco a ti, mas tenho-te todo cá dentro. Amo-te pai. 

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2 # Carta para a tua paixão.   
Quando me derem o endereço da Paixão, eu mandar-lhe-ei uma carta. É que eu não o tenho, nem conheço a minha paixão. Para mim, paixão, é a filha do amor. E, por agora, eu não moro com ela. Eu vivo é com o interesse e com a curiosidade, vizinhos da paixão. Sim, eu sei que é estranho. Eu sou vizinho dela, pelo que me parece, mas não a conheço. Mas como sempre tive curiosidade em saber se é a paixão que me espreita todos os dias, que me tenta ver por entre os ramos das árvores do meu quintal, eu vou mandar-lhe uma carta. Só espero que o interesse e a curiosidade lha entreguem.
Querida Paixão.
Quem és tu? Desculpa o facto de ter sido tão directo e, talvez, um tanto rude. Mas o propósito desta carta não é mais do que saber quem és e, já agora, saber onde moras. Tenho problemas em identificar-te, sabes? Já conheci paixões noutras cidades, noutros olhares, noutros corações. Mas agora, não te descubro. Não sei se és tu quem eu tenho visto e com quem eu tenho comunicado… Talvez sejas tu e eu não te consiga reconhecer com tanta poeira na vista, mas e se não fores? Andamos a brincar ao carnaval fora de tempo? Agora tenho que andar com cuidado redobrado por causa das imitações de sentimentos e corações saltitantes? Esperemos que não, para o nosso bem. Mais para o meu, mas também me preocupo com a tua saúde.
Ora, antes que alguém me desminta com doçuras picantes, tenho que te fazer mais umas quantas perguntas. Enquanto tenho vivido a minha louca vida, tenho reparado que existem uns olhinhos que me miram. Olhos estes que gostam da minha beira, ou assim o parece. És tu? Se não fores, peço desculpa pela pergunta. Se responderes afirmativamente à questão anterior, responde a esta: Queres evoluir para o amor?
Eu já não aguento este disfarce. Eu ando doido pelo que acho ser a minha paixão, sabes? Se fores tu, olha, ficas a saber que estou pronto a amar-te. Estou prontíssimo. Talvez haja complicações pelo meio, mas eu também não iria fugir. Vou enfrentar tudo se tu tiveres interessada nisso, tudo. Quero arriscar e descobrir o amor, redescobrir até. Estou a pensar em enfrentar a dita cuja paixão que me atormenta calorosamente a minha vida. Se descobrir uma máscara a esconder a imaginação, ou o estranho, eu recuo. Se te descobrir lá debaixo, eu pego na minha goma comprida para matar tudo o que se puser na nossa frente. Eu pego na minha almofada e protejo-nos de todos os males. Eu pego em ti, ao colo, e elevo-te até às estrelas.
Eu quero o amor, o teu amor.

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1 # Carta para o teu melhor amigo.   
Há, sim há. Há muita distância, muito pouco contacto, poucos encontros, poucos risos, poucos choros, poucos bons momentos. Sim, há isso tudo e muito mais. Mas essas coisas não passam de pequenos nevoeiros que sempre podemos soprar, não é Joa...na? Sim, é. Porque apesar de haver isso, nem sempre o houve. Já houve muitas gargalhadas que duravam semanas, encontros que eram horas seguidas, distâncias de pequenos centímetros. E isso, vale e sempre valerá por tudo. As coisas evoluíram depressa, como ambos sabemos. Nem meio ano (escolar) foi preciso para termos escrito nas nossas almas “Melhores Amigos”. E atrevo-me a dizer que nesse ano escolar, foste a melhor coisa que me aconteceu. Era tudo tão único e puro! Não havia gargalhadas fingidas, não havia segredos por segredar, não havia sal a mais na sopa. Era tudo em conta, peso e medida. Confiei-te a chave da minha vida, e disso não me arrependo. E de todas as coisas que fizemos, acho que só uma é que vale a pena de ser chamada de “arrependimento”: o facto de copiares por mim nos testes de matemática. Devido a isso, continuas buuuuuuuuuuuuurra xD ahah. Mas passando à frente desse pormenor, acho que nunca nos chateamos por coisa alguma. Se eu te desse um banho de água (como dei muitos, entornando umas quantas garrafas de água na hora de almoço, ACIDENTAMENTE), tu rias-te. Se eu dissesse algo que não tinha sentido nenhum, tu rias-te e também dizias algo completamente ridículo. As aulas contigo, eram recreio. Não era toda a gente que adoptava moscas nas aulas e passava noventa minutos a olhar para elas, pois não? As nossas Flofys *.* Os intervalos contigo, eram o conjunto do perfeito com o impossível. As sms contigo eram o conjunto do incrível e fascinante. As conversas contigo, as chamadas contigo, eram o conjunto do fantástico com o único. OK, estou todo perdido no que estava a escrever, mas era só para dizer que as cenas contigo eram perfeitas oh ♥ E isso foi o passado, e o presente? Onde anda esse desavergonhado malicioso? Esse anda aqui, a criar espaço entre nós. A privar-nos de muitas conversas, de muitas gargalhadas e até mesmo de segredos. Esses então, juntamente com os mexericos e novidades têm ficado perdidos numa outra dimensão. A culpa também não é só dele, nós também lhe damos de comer e de beber, mas sabes o que é mais irónico nisto tudo? NÓS CONSEGUIMOS SEMPRE ESTAR UM PASSO À FRENTE DELE. Nunca deixamos que ele nos afasta-se para sempre nem para mal. Estivemos sempre aqui, um para o outro. Sabendo ou não as novidades, estivemos aqui. Sabendo ou não o que andávamos a fazer e com quem andávamos, estivemos aqui. Sabendo que não falávamos há dias, semanas e messes, estivemos aqui. Nós perdemos o contacto e mesmo assim, estivemos aqui. E nada mudou com tudo isso. A minha chave que abre o meu coração, que vasculha a caixa dos meus pensamentos e que aborda directamente a caixa de correio dos meus sentimentos, está contigo. Falta o futuro, não é? Esse é pior que as sombras irregulares do pequeno universo existente. Está sempre em mudança e ninguém sabe onde mora. E não há modo de o contactar. Ele é o mistério em pessoa, e por isso nem sei o que te dizer sobre ele. Mas posso esperar que ele seja perfeito para nós. Que nos dê adubo para continuarmos a fertilizar esta amizade. E como ele é um querido, ele vai-nos dar uma relação como o céu *.* PERFEITO. Estou aqui como estive ontem e estou agora. De futuro, cá estarei. Conta sempre comigo, para tudo, a qualquer momento. Eu amo-te Joana Castro, melhor amiga ♥.

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1 # Carta para o teu melhor amigo. DONE 
2 # Carta para a tua paixão. DONE 
3 # Carta para os teus pais. DONE 
4 # Carta para o teu irmão (ou parente mais próximo). DONE 
5 # Carta para os teus sonhos. DONE 
6 # Carta para um estranho. DONE 
7 # Carta para o teu ex- namorado(a)/amor. DONE
8 # Carta para o teu amigo virtual preferido. DONE
9 # Carta para alguém que gostasses de conhecer. DONE
10 # Carta para alguém com quem não falas tanto quanto gostarias. DONE
11 # Carta para uma pessoa falecida com a qual gostavas de falar. DONE
12 # Carta para a pessoa que mais odeias, ou que te causou maior sofrimento. DONE
13 # Carta para alguém que gostavas que te perdoasse. DONE
14 # Carta para alguém de quem te afastaste. 
15 # Carta para a pessoa da qual tens mais saudades. 
16 # Carta para alguém que não está na tua cidade ou país. 
17 # Carta para alguém da tua infância. 
18 # Carta para a pessoa que tu desejavas ser. 
19 # Carta para alguém que importunou a cabeça - bom ou mau. 
20 # Carta para a pessoa que mais partiu o teu coração. 
21 # Carta para alguém que julgaste à primeira impressão. 
22 # Carta para alguém a quem queres dar uma segunda oportunidade. 
23 # Carta para a última pessoa 
24 # Carta para a pessoa que te deu a tua melhor memória
25 # Carta para a pessoa que sabes que estará presente nos tempos mais difíceis. 
26 # Carta para a última pessoa a quem fizeste uma promessa. 
27 # Carta para a pessoa mais amigável que conheceste por apenas um dia. 
28 # Carta para alguém que mudou a tua vida. 
29 # Carta para a pessoa a quem queres contar tudo, mas tens medo de o fazer. 
30 # Carta para o teu reflexo no espelho.